Um novo olhar para a educação

Projetos da Comissão de Educação da CCBC pretendem criar pontes entre a academia, a necessidade de qualificação dos profissionais e a demanda das empresas por colaboradores

Por Estela Cangerana

Que o modelo educacional canadense é reconhecido entre os melhores do mundo, não é novidade para ninguém. Assim como não é necessário lembrar o quanto as instituições de ensino do país são procuradas anualmente por milhares de estudantes em busca da excelência. Mas, além de ser um dos países que mais atraem os brasileiros no exterior, o Canadá pode oferecer sua experiência na relação próxima com o mercado, para aumentar a interação entre academia e negócios. Esse viés econômico e de impacto social igualmente importante está inspirando uma série de projetos que vem sendo desenvolvidos pela Comissão de Educação da CCBC.

A ideia é aproveitar a relação privilegiada da Câmara com todos os elos da cadeia para promover o match entre os estudantes e/ou profissionais, as escolas que possam propiciar a formação adequada para as necessidades do mercado e as empresas que precisam de colaboradores com esses perfis.

“Temos o propósito de que a Comissão tenha um impacto econômico verdadeiro, que é a essência da nossa atividade como Câmara. Justamente pelo perfil de atividade da CCBC, nos relacionamos e podemos agregar com facilidade todo esse ecossistema de organizações educacionais, estudantes, alumni, e empresas de diversos setores”, explica o coordenador da Comissão de Educação e vice-presidente de Comunicação da CCBC, Rafael Mangini. “Queremos ser o ponto de conexão entre esses agentes”, completa.

O trabalho começa com o compartilhamento de experiências e contatos entre os próprios coordenadores dos projetos. Ao lado de Mangini, que é diretor de Marketing da rede de escolas MapleBear na América Latina, estão o sócio-fundador da agência de intercâmbio Canadá com Você, Eduardo Flit, a presidente do Alumni Canadá-Brasil, Jéssica Sbroglia, e a trade comissioner de Educação do Consulado Geral do Canadá em São Paulo, Fernanda Albano, entre outros membros da Comissão.

Education Hub

Eles lideram uma das iniciativas em andamento que exemplificam a diretriz do grupo, o Education Hub, uma plataforma que aproximará alunos, profissionais em busca de aprimoramento e instituições canadenses, para a oferta de cursos livres e de curta duração, selecionados e estruturados segundo necessidades de mercado, disponibilizados com vantagens e preços especiais. O projeto piloto deve ser lançado ainda no segundo semestre deste ano.

A participação de empresas que podem vir a se beneficiar da mão de obra qualificada pelo Hub é uma constante que vem inspirando toda a concepção do projeto. A proposta é oferecer na plataforma treinamentos que atendam a quatro eixos: marketing digital, tecnologia, idiomas e liderança (incluindo nesse item toda a dinâmica das habilidades emocionais).

Os temas não foram escolhidos aleatoriamente. Eles são parte dos resultados de uma pesquisa que a Comissão fez com empresas nacionais e internacionais de diversos setores. O estudo identificou áreas em que os empregadores percebem os maiores gaps de conhecimento para a formação de suas equipes.

“É importante destacar que as necessidades da educação de atualmente são muito diferentes da época em que o sistema de ensino foi concebido. No passado, a formação se concentrava apenas no conhecimento técnico, mas hoje é determinante o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e ambientais”, afirma Mangini. “Ainda precisamos considerar as rápidas transformações, impulsionadas pela inovação tecnológica, que alteram os cenários da sociedade diariamente. Isso gera lacunas de capacitação que precisamos preencher”, completa.

A busca pela oferta de uma educação que faça sentido no contexto atual da sociedade e possibilite um impacto econômico positivo vai além da oferta de treinamentos de habilidades gerais. Está nos planos um trabalho conjunto entre a Comissão de Educação e Comissões como, por exemplo, a de Comércio Exterior e a de Diversidade, para o desenvolvimento de projetos comuns, por meio da intersecção entre as áreas.