Tech Journey abre uma janela para o futuro

Curso oferecido pela Comissão de Educação da CCBC em conjunto com a Universidade de Montreal apresentou um panorama diversificado dos impactos da tecnologia sobre o dia a dia da sociedade 

Por Sérgio Siscaro

Realizado no final de novembro pela Comissão de Educação da Câmara de Comércio Brasil Canadá (CCBC), o projeto Tech Journey foi um sucesso, ao reunir 1.377 inscritos em cinco master classes. A iniciativa, pioneira em oferecer pela Câmara um curso com profissionais altamente qualificados e certificado de participação concedido em conjunto com a Universidade de Montreal, se destacou pela relevância dos temas tratados – todos relacionados aos impactos práticos dos avanços tecnológicos em diversas áreas do cotidiano.

De acordo com o coordenador da Comissão e vice-presidente de Comunicação da CCBC, Rafael Mangini, a ideia por trás da Tech Journey foi abranger diferentes parcelas do público – e não ser um evento para especialistas. “Apresentamos uma ideia de evidenciar a um público amplo de profissionais e estudantes, não necessariamente ligados à tecnologia, a forma como suas vidas mudarão nos próximos anos a partir de disrupções que, hoje, são ainda incipientes. Sob este conceito, fizemos uma parceria com a Universidade de Montreal, que convidou especialistas de diferentes campos do conhecimento para abordar conteúdos altamente relevantes.”

Segundo ele, a iniciativa está alinhada com a missão da Comissão de Educação, que é a de apoiar a formação e capacitação de estudantes e profissionais, e aproximar esses públicos das instituições canadenses. “Para isso, buscamos conectar estudantes, empresas e ”, afirma.

A iniciativa também se mostrou bastante bem-sucedida para a Universidade de Montreal. De acordo com a conselheira do serviço de Admissão e Recrutamento da instituição, Carla Castilho Simon, os professores que participaram avaliaram a experiência de forma positiva. “Eles tem vontade de ter mais estudantes brasileiros – que são bons alunos, se adaptam facilmente ao inglês ou ao francês, e acabam se destacando. Por essa razão, para os professores a Tech Journey foi uma bela oportunidade de estreitar mais seu contato com o público brasileiro”, pondera.

Temas diversificados

O grupo de professores da Universidade de Montreal buscou, em suas respectivas áreas, antecipar cenários futuros e analisar seus impactos sobre a sociedade. O professor de Bioquímica e Medicina Molecular Christian Baron tratou da capacidade de resistência de doenças aos medicamentos existentes, enquanto os desafios de segurança cibernética foram abordados pela especialistas em inteligência artificial Esma Aïmeur.

A professora Nadia El-Mabrouk discorreu sobre as implicações da bioinformática sobre o processamento genético, enquanto o futuro do trabalho em home office foi analisado pela especialista em gestão da diversidade Tania Saba. Outro tema crucial, as relações entre as novas tecnologias e o direito, foi objeto da participação do professor de Direito e Inovação Pierre Larouche. As aulas foram apresentadas no formato online, com tradução simultânea e divulgação no canal da CCBC no YouTube.

Dada a receptividade positiva desta primeira edição, os organizadores já pensam em novas iniciativas semelhantes. A conselheira da Universidade de Montreal afirma que a instituição oferece atualmente mais de 600 cursos, o que permite uma variedade de assuntos e linhas de pesquisa bastante ampla. “Os assuntos escolhidos para a Tech Journey se basearam nos temas do ano, de acordo com a revista Forbes. Mas temos vários outros que podem ser explorados em futuras master classes com outros professores”, adianta.

Mangini acrescenta que outras master classes estão sendo desenvolvidas para 2022 – incluindo uma nova edição da Tech Journey no segundo semestre do ano. “Também estamos planejando uma Art Journey, que será voltada a profissionais de televisão, cinema, screen writing, arte e design. Entendemos que o Canadá pode oferecer uma contribuição muito importante nessas áreas, uma vez que possui uma indústria muito forte”, conclui.