Inovação invade a educação

Benefícios de soluções de TI vão da proteção de dados à segurança dos alunos, incluindo a blindagem contra ataques virtuais.

 Por Sérgio Siscaro

A conexão entre o universo das instituições de ensino e o da Tecnologia da Informação (TI) vem se estreitando cada vez mais. Não poderia ser diferente: as novas soluções trazem facilidades em diversos aspectos do relacionamento entre alunos e escolas, além de possibilitarem um controle maior das informações que são trocadas e da utilização de equipamentos. Para discutir o tema, a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) e a empresa B2ON promoveram, em 10 de dezembro, um workshop com a apresentação de seis representantes de empresas que têm vivenciado essa relação de perto.

Um dos pontos nevrálgicos desse relacionamento entre instituições de educação e tecnologia é a proteção dos dados dos alunos. Afinal, as escolas lidam com informações bastante sensíveis, e a necessidade de se contar com um sistema eficaz de gerenciamento é essencial. Ao fazer a apresentação do evento, o presidente da CCBC, Paulo Perrotti, apontou a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em agosto de 2020, como um fator que incentivará as empresas a protegerem melhor seus dados. “É necessário que elas disponham de uma comissão de segurança de dados, formada por representantes de diversas áreas, a fim de estarem em conformidade com lei.”

Outro ponto que torna mais urgente a necessidade de sistemas de governança para proteção de informações é a proliferação de ameaças virtuais. Lucas Marques, sócio da Next4IT, apresentou um panorama do problema, mostrando que a captura de dados por hackers em busca de algum tipo de remuneração financeira ainda é um dos grandes motivadores desse tipo de ameaça. Já o consultor pré-vendas da Arcserve, Henrique Silva, destacou a necessidade de as organizações educacionais disporem de soluções eficazes para backup – em meio físico ou em nuvem.

Soluções diversificadas

A vantagem da inovação tecnológica, porém, vai além da segurança de dados e pode ser útil até nos pequenos problemas do dia a dia, como a espera nas filas de carros para buscar as crianças. A empresa Filhos sem Fila, por exemplo, é responsável por um aplicativo que permite reduzir o tempo de espera dos pais ao levar ou trazer seus filhos da escola, por meio da identificação dos alunos nas portarias – o que minimiza consideravelmente o tempo de espera nas filas. De acordo com seu sócio, Leo Gmeiner, o sistema só pode ser desenvolvido a partir de contatos com pais e instituições, a fim de determinar suas reais necessidades. Atualmente o Filhos sem Fila atua nas escolas Móbile, Bright Kids, e em duas unidades do colégio canadense Maple Bear em São Paulo.

Dentro das instituições, a necessidade de um sistema de gerenciamento de serviços de Tecnologia da Informação (TI) também é um componente importante para garantir a segurança dos alunos. O gerente de TI da escola Móbile, Christian Serapião, tratou desse tema, a partir de uma análise feita junto a escolas particulares de educação básica. Segundo ele, seria necessário implementar um modelo que estabelecesse um ecossistema de soluções que atenda a escolas de qualquer porte, por meio do compartilhamento de projetos.

O diretor técnico da B2ON, Tiago Santos, apresentou as possibilidades trazidas pelo sistema desenvolvido pela Meraki, de gerenciamento de dispositivos em nuvem, para o setor educacional. O painel de controle dessa solução permite, entre outras funcionalidades, determinar as políticas de uso dos dispositivos dentro da escola – como, por exemplo, quais aplicativos podem ser baixados – e identificar a localização dos usuários.

Por fim, o consultor Eduardo Paschoa, da Aesol, que atua no desenvolvimento de projetos que permitem a empresas conhecerem melhor seus públicos, ressaltou a importância de as instituições de ensino aprenderem a se comunicar com seus alunos por meio das modernas tecnologias digitais – e, mais importante, saber falar sua linguagem.