Nova diretora comercial da CCBC pretende mostrar potencialidades do Brasil e do Canadá

Na visão de Patrícia Garcia da Rosa, principal barreira para incrementar o intercâmbio é a falta de conhecimento

Por Silvia Pimentel

Consolidar a presença da CCBC (Câmara de Comércio Brasil-Canadá) no Canadá por meio da expansão para as demais províncias, ampliando a base de associados para além do Québec e de Alberta, e reforçar a parceria com a BCCC (Brasil-Canadá Chamber of Commerce), câmara de origem canadense com quem a CCBC tem estreitado relações nos últimos anos. Essas são algumas das prioridades da nova diretora comercial consultora da CCBC no Canadá, Patrícia Garcia da Rosa, e que atendem aos objetivos estabelecidos pela diretoria, sobretudo após a aprovação do novo estatuto da Chambre no Canadá. 

De acordo com Garcia da Rosa, existem diversas áreas e setores em pleno desenvolvimento em ambos os países e que envolvem grandes investimentos e várias oportunidades de negócios. Tanto para empresas brasileiras que queiram investir no Canadá como para empresas canadenses que queiram vir para o Brasil.

Ela destaca as áreas de Mineração, ainda com muito espaço para crescimento, Agricultura e tudo o que envolve a Agri-Tech, Energia, não só as tradicionais, como óleo e gás, mas principalmente Energias Renováveis, Green Ennergy e Clean Tech, Inovação e Tecnologia AI e Machine Learning e, obviamente, Software, Health and Science.

Sobre o trabalho desenvolvido para ampliar a ida de empresas brasileiras para o Canadá e vice-versa, Garcia da Rosa adianta que não será uma tarefa fácil. “Infelizmente, apesar do amplo potencial que ambos os países oferecem, há um enorme desconhecimento sobre essas potencialidades”, diz. Além disso, não só fisicamente, mas no imaginário dos empreendedores, os Estados Unidos estão no meio. “São o primeiro parceiro comercial tanto do Brasil como do Canadá”, ressalta.

Mercado piloto

Para a nova diretora comercial da CCBC, é preciso mostrar que, para uma empresa brasileira entrar no mercado da América do Norte, faz muito mais sentido acessar esse mercado a partir do Canadá, pois além de primeiro testar o seu produto em um mercado muito similar ao americano, é o único país do G7 que tem acordo de livre comércio com os outros seis países.  

“É o país que mais tem acordo bilateral de livre comércio no mundo. Então, se uma empresa quiser acessar o Chile, é mais fácil exportar a partir do Canadá, que tem acordo bilateral de livre comércio com o Chile, do que exportar do Brasil”, explicou. O Canadá é, portanto, um país estratégico para o processo de internacionalização de qualquer empresa e com custo menor de operação que pode chegar a 30%, quando comparado aos dos Estados Unidos, calcula a executiva.

De acordo com ela, para reduzir o nível de desconhecimento das suas potencialidades, um dos trabalhos desenvolvidos tem sido mostrar as similaridades com o Brasil, como a forma de fazer negócios, numa estrutura jurídica sólida, e praticamente com o mesmo fuso horário. “A barreira maior, então, é o desconhecimento e mitos que se criam, que precisam ser desfeitos”, afirmou.