Evento debateu oportunidades para empresas abrirem capital no Canadá

Por Deborah Oliveira

A Câmara de Comércio Brasil-Canadá, por meio do seu Chapter BH, realizou no dia 9 de agosto a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para debater a abertura de capital de empresas mineiras no Canadá. O evento contou com palestras de Guillaume Légaré, da TMX; Franz Brandenberger, do Consulado do Canadá; Marcello Faria, do governo do Estado de MG; e Henrique Tavares, da Invest Minas.

Os executivos destacaram o potencial de negócios que podem ser gerados no mercado canadense. Para se ter uma ideia, atualmente, a bolsa de Toronto tem 3,5 mil empresas listadas, sendo apenas 36 companhias brasileiras ou com alguma relação com o Brasil, número bem menor que o de empresas de outros países da América Latina, como Chile e Argentina. A maioria das empresas listadas é do setor de mineração, seguido por tecnologia e serviços. “Há muitas oportunidades no Canadá e as empresas precisam se preparar e ter informações sobre o mercado canadense. Neste sentido, a CCBC tem toda a estrutura para apoiar os empresários que desejam ampliar seus negócios no país norte-americano os conectando inclusive aos stakeholders corretos, como por exemplo, a TMX.”, explica Daniella Leite, diretora de Negócios da CCBC.

Os palestrantes destacaram ainda que os canadenses enxergam o Brasil como um mercado bastante promissor. Entretanto, nota-se que por questões tributárias, de segurança jurídica e até licenciamento, em relação ao mercado de mineração, a busca por capital estrangeiro não é fortemente explorada pelas empresas brasileiras.

Durante o evento, a bolsa de Toronto foi apresentada como uma alternativa para empresas que pensam em abertura de capital no mercado externo. Daniella lembra que o fato de a bolsa ser menor do que a Nasdaq ou a Dow Jones, nos Estados Unidos, destino muito procurado por empresas, pode ser uma “porta de entrada” para as companhias que querem iniciar ou ampliar negócios no exterior.

Os palestrantes destacaram ainda que não há um momento certo para partir para a internacionalização, mas é importante que as empresas se preparem, já que o processo para abertura de capital exige custos de conformidade que nem sempre estão contemplados pelas companhias.

Além da expertise dos especialistas, o empresariado mineiro ainda pode contar com o apoio do governo estadual, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e também da agência de promoção do Estado, a Invest Minas, inclusive parceiros da CCBC no projeto de preparação das empresas que querem expandir seus negócios para o Canadá.

A Invest Minas encerrou a gestão 2019-2022 com desempenho histórico na atração de novos negócios e na geração de empregos, com R$ 274,4 bilhões em investimentos formalizados, 83% a mais do que a meta estabelecida no início da gestão. “Os

resultados contribuem para gerar uma reação em cadeia, com investimentos em diversos setores, como hotéis, restaurantes e muitos outros”, avalia Daniella.

O evento também contou com os “insights” das empresas presentes, sobre como melhorar o fluxo de comércio e desburocratizar setores como mineração, saúde, consultoria, alimentos e bebidas, temas relevantes e sobre os quais o Consulado e a CCBC seguirão atentos. “Passaremos a realizar reuniões setoriais no Estado e no final de setembro, a CCBC fará um encontro com empresas do setor de cafeicultura”, explica.

Com o apoio dos coordenadores do Chapter, Tiago de Mattos Silva, sócio na Willian Freire Advogados, e Erik Rodrigues Silveira, CCO e Co-Founder na InterAduaneira, a CCBC está no trabalho contínuo de promover ações que incentivem as empresas do estado a se beneficiar das oportunidades de comércio com o Canadá.