Evento oferece valioso atalho para startups brasileiras chegarem ao Canadá

Em sua quinta edição, a São Paulo Tech Week, maior semana de inovação e tecnologia da América Latina, já virou um grande palco para disseminar a cultura das startups e revelar novos talentos para o mundo. A Canada House, por exemplo, é uma iniciativa da CCBC que integra a agenda dessa semana especial desde o ano passado e que dobrou de tamanho em 2019. Foram quatro dias com aproximadamente 20 palestras e seminários na sede da Câmara, dando dicas para o sucesso das empresas e a internacionalização da marca – especialmente no caso das que desejam alcançar o Canadá.

Para essas startups, um dos atalhos para chegar ao país da América do Norte é o São Paulo Elevator Pitch, competição organizada pela CCBC em parceria com a São Paulo Negócios e a Prefeitura de São Paulo, na São Paulo Tech Week. De acordo com as regras, os participantes têm cerca de 60 segundos para apresentar seus modelos de negócio aos jurados, como se estivessem convencendo potenciais empresários a investirem em suas empresas, num breve e inusitado encontro de elevador.

No São Paulo Elevator Pitch da CCBC, o elevador existe de verdade e, este ano, a cabine escolhida foi no Edifício Martinelli. Foram mais de 100 startups inscritas, sendo 40 pré-selecionadas, que passaram um domingo subindo os andares do primeiro arranha-céu construído na capital paulista.

Cada representante subiu duas vezes, para uma apresentação em português e outra em inglês, analisadas por jurados brasileiros e canadenses. Dessa etapa saíram oito finalistas e, na sequência, as campeãs. As três startups vencedoras ganharam um programa de imersão na Zú, D3 ou Katapult, em Montreal. Uma quarta empresa foi premiada com um estande na edição de 2020 do Gramado Summit.

“Para alcançarem sucesso no São Paulo Elevator Pitch, as startups têm que ter o perfil para se tornarem empresas globais”, conta o jurado Gabriel Lopes, sócio da Malkovitch Design & Comunicação e da Empathy, desenvolvedora de tecnologia para grandes organizações.

Lopes, que também participou do júri da primeira edição do São Paulo Elevator Pitch, em 2018, considera que competições como essa são uma excelente oportunidade de incrementar a visão de mundo e de negócios.

A São Paulo Tech Week é uma espécie de “virada tecnológica”, organizada pela prefeitura de São Paulo e a São Paulo Negócios, agência de promoção de investimentos e exportações do município. A edição de 2009 ocorreu entre os dias 23 e 29 de novembro.

Em cinco edições, foram mais de 750 eventos realizados, 160 mil participantes e 300 empresas parceiras. “Esta é uma oportunidade para ampliar o fluxo de conexões entre os ecossistemas de inovação do Brasil e do Canadá”, diz Paulo de Castro, diretor de relações instituicionais da CCBC, uma das parceiras do evento.

As expectativas das startups vencedoras do Elevator Pitch da CCBC

Saiba mais sobre as startups vencedoras da competição, seus projetos e a experiência de participar do São Paulo Elevator Pitch.

Prêmio – Programa de imersão no Canadá

CargoSnap: com uso de um smartphone, registra as condições de uma carga etapa a etapa do processo logístico. Protege as empresas contra acusações de danos às cargas e aumenta a transparência do serviço.

“O maior desafio foi convencer os jurados de que a nossa solução tem relevância para estar no Canadá. Nosso discurso teve um viés de proteção das fronteiras e melhoria do controle aduaneiro, o que certamente fez a diferença. Já realizamos muitos “pitchs”, mas esta foi a primeira vez dentro de um elevador, achei muito bacana”. (Daniel Lins, co-fundador da CargoSnap)

Celebrar: one stop shop de serviços para eventos corporativos: cotações 75% mais rápidas, indicadores de desempenho dos fornecedores e uma melhor experiência nos eventos.

“O maior desafio foi explicar a solução e o propósito do nosso negócio para um jurado canadense, que vive distante da cultura brasileira. Foi preciso me desdobrar para mostrar em inglês, por exemplo, o impacto social que causamos com a distribuição de renda para as periferias. Joguei “periferias” no tradutor antes de entrar no elevador e fui na cara e na coragem. Acabei me surpreendendo com o quanto os jurados do Canadá conheciam sobre a realidade local”. (Camila Florentino, CEO e fundadora da Celebrar)

Moonshot Robots: por meio de robôs personalizados com consciência artificial, transcreve para um board de inovação ideias sugeridas pelos colaboradores que possam ser transformadas em produtos e melhorias para a empresa.

“Estamos com uma expectativa grande de chegar ao Canadá pelo networking e pela oportunidade de estar em um dos países mais avançados em Inteligência Artificial. É exatamente desse tipo de tecnologia que nossos robôs precisam para melhorar ainda mais seu desempenho e alavancar o negócio”. (Indy Hashimoto, fundador da Moonshot Robots)

Prêmio – Gramado Summit

Zantz: plataforma criada para conectar pessoas ou empresas que desejam enviar encomendas por intermédio de pessoas ou empresas que estejam indo para o mesmo destino, reduzindo custos de frete e economizando recursos.

Fazer um pitch de 1 minuto é exercitar a arte da condensação de informações. Já me vejo no Gramado Summit falando sobre economia colaborativa e entregas mais rápidas (Amanda Neves, CEO e fundadora da Zantz).

Oportunidades de viver no Canadá e de investir em startups

Para a CCBC, a São Paulo Tech Week é uma oportunidade não apenas de discutir ideias, mas de promover negócios entre empresas brasileiras e canadenses. Um dos painéis realizados na Canada House foi o bate-papo Women in Tech, que contou com a participação de Elise Racicot, Cônsul e Trade Comissioner do Consulado do Canadá em São Paulo. Uma das convidadas foi Thais Rose, sócia da Join Us, consultoria de gestão de pessoas especializada no mercado de TI, que encaminha profissionais para processos seletivos de organizações canadenses.

“A gente trabalha muito o tema da inclusão das mulheres no mercado de TI. A dificuldade do início cresce no decorrer da carreira, principalmente depois que elas se tornam mães. Existem inúmeros desafios em um mercado predominantemente masculino que se desenvolve rápido e exige atualização constante”, destaca Thais, associada pela Join Us à CCBC.

Ao lado de Eliane Ladeira, consultora de gestão de pessoas da Go2Canada, e outras palestrantes, Thais participou de mais um painel na Canada House – Construindo caminhos para profissionais de tecnologia imigrarem para o Canadá. “Na Go2Canada, a gente ajuda os brasileiros a planejarem seu currículo de forma mais estruturada, lidando com as diferenças que existem em relação ao mercado canadense”, diz Eliane.

O Case 2019, que integrou a agenda da São Paulo Tech Week, foi outro evento no qual a CCBC esteve presente com um estande e patrocínio. A Câmara trouxe como palestrante Noor E. Bawab, diretora de programas da Zú, incubadora e aceleradora  canadense sem fins lucrativos, em um grupo que contou com nomes como Rony Meisler, fundador da grife Reserva; Murilo Gun, professor de criatividade; e Fernanda Doria, head of Mid Market Sales do Google.

O evento apresentou conteúdo para empreendedores e empresas que querem crescer exponencialmente com as melhores práticas das startups que mais se desenvolvem no mundo.