Procuram-se líderes do amanhã

Para ter sucesso em meio a cenários cada vez mais complexos é preciso aprender a aprender constantemente. Exemplos de quem já trilha esse caminho podem ajudar.

Por Estela Cangerana

Imprevisibilidade, rápidas transformações, ambiguidades. Não é fácil liderar nos dias de hoje, e ao mesmo tempo pede-se cada vez mais liderança para conduzir a nova economia, seja por meio do empreendedorismo, da gestão de pessoas e projetos e até mesmo da gestão da própria vida. Qual a fórmula para acertar na tomada de decisão? Como estar preparado para responder às demandas do mundo atual? Quais qualificações se deve ter e como desenvolvê-las? Sem mágica, nem fórmulas prontas, o segredo pode estar no aprendizado contínuo.

“Liderar hoje significa muito mais do que antigamente. O mundo é consideravelmente mais volátil. O alto grau de incerteza prejudica muito a antecipação dos fatos para a tomada de decisão. A gente não estará pronto nunca. É preciso saber disso e ter consciência de que o grande desafio é aprender a aprender”, afirma o mentor Ronaldo Ramos, executivo com mais de 30 anos de experiência em grandes multinacionais e sócio fundador da mentoria multidisciplinar para executivos CEOLab.

Segundo ele, é fundamental desenvolver a capacidade de gerenciar o autoconhecimento. “O processo em si tem que ser diferente. Ele precisa acontecer tanto individualmente quanto com os outros, por meio do cultivo da capacidade de aprender colaborativamente. Muito importante também é saber desaprender e desapegar de conhecimentos e crenças antigos que podem prejudicar nossa visão atual”, completa.

Acreditar que soluções que deram certo no passado funcionarão com a mesma eficácia atualmente é uma armadilha, conforme explica Ramos. Daí a necessidade de ter “o olhar de aprendiz e não o de professor”, aberto a visões e perspectivas diferentes.

Esse aprender se relaciona intrinsecamente com o desenvolvimento de soft skills (habilidades comportamentais) importantes, como a capacidade de análise, de investir em relações interpessoais, de leitura de contextos e a disposição para ações. Mesmo com tudo isso, segundo o mentor, é preciso ter consciência de que o erro poderá acontecer e deve-se incorporá-lo à zona de decisão. “Não podemos perder de vista o erro, que é uma fonte inesgotável de conhecimento.”

Olhar global

O processo é contínuo e não envolve apenas lideranças formais ou executivos C-Level. Até porque o aprender colaborativamente pressupõe a formação de equipes com diversidade, com convívio e troca de experiências entre profissionais de perfis diferentes e níveis distintos. Empresas com modelos mais modernos de gestão têm investido cada vez mais nesse modelo de desenvolvimento de lideranças, com resultados extremamente positivos. A Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) é uma delas.

“A CCBC, como uma organização moderna e atuante, que busca aproximar pessoas, empresas, instituições públicas e privadas, se relaciona continuamente com associados, parceiros, organizações governamentais e privadas, sendo de fundamental importância  que tenhamos um corpo profissional apto a responder com a máxima qualidade e eficácia às demandas do cenário atual. Para isso, esses profissionais precisam saber lidar com as complexidades e exigências do mundo de hoje”, diz a diretora executiva de Operações da CCBC, Cássia Regina Vanícola. “Buscamos a excelência na condução das nossas atividades. E quando falamos de nossas atividades, estamos falando essencialmente do relacionamento entre pessoas.”

A atenção com o aprimoramento de habilidades é contínua e os profissionais da CCBC participam de programas de liderança, team buildings, capacitações técnicas e também nas áreas de ética e desenvolvimento de empatia, por exemplo. “Promovemos uma série de debates com grupos de líderes, com profissionais de perfis diferentes e equipes complementares. Alimentamos um ambiente diverso, com cultura participativa e aproximação entre as pessoas. Assim, o contato fica mais rico e interessante, tanto do ponto de vista profissional quanto do pessoal, refletindo na tomada de decisão, na assertividade na prestação dos nossos serviços e na qualidade de vida do profissional”, explica Cássia. Esses projetos contam com o apoio dos presidentes da CCBC, Paulo Perrotti, e do CAM-CCBC, Eleonora Coelho.

Além da melhora do clima organizacional, a produtividade e os feedbacks positivos dos associados da Câmara têm demonstrado que “estamos no caminho certo”, complementa Cássia.